Competição e Cooperação

Competição e cooperação podem andar juntas? Como?

Competição

Todos sabemos que atualmente a concorrência é enorme em todos os setores. A título de exemplo, a Pesquisa Indicadores das Micro e Pequenas Empresas do Comércio do Sebrae-SP, divulgada no final do ano passado, mostra que existe uma loja para cada 47 habitantes do Estado de São Paulo. O número assusta e, com maior ou menor intensidade, é o que acontece também com a Indústria e Serviços.

Esta informação sugere algumas perguntas, como: o que fazer para diferenciar meu negócio e atrair clientes? Como estimular a equipe da minha empresa para fazer mais com menos?

Outro dado interessante é que existe uma tendência em se ampliar a faixa de remuneração variável dos colaboradores da empresa em relação à remuneração fixa, naturalmente dando mais para quem gera mais resultado. Aí, vem a questão: o que é melhor, promover cooperação ou competição?

Cooperação

O que o gestor não pode perder de vista é o resultado global positivo, isso é o que é bom para todos.

Para exemplificar, vou compartilhar o relato que ouvi do administrador de uma lotérica que implantou um sistema de premiação diária para o operador que atendesse mais clientes. Ao final de um mês, percebeu que o faturamento havia caído e que isso era consequência de queda do número total de atendimentos.

Aprofundando na análise, este gestor verificou que quando um operador sofria algum tipo de problema com sua máquina, faltava troco ou outras dificuldades, os demais não tinham interesse em ajudá-lo. A fila crescia e obviamente os clientes procuravam outra loja ou nem entravam na sua. Além disso, ao reunir a equipe para tratar do ocorrido, percebeu que o clima estava horrível.

Resolveu então implantar um sistema de premiação coletiva, considerando o resultado global. Sabe o que aconteceu, não é? Ao enfraquecer a sensação da contribuição individual, inconscientemente é como se cada um pensasse: para que fazer mais se quem faz menos vai receber o mesmo prêmio?

 Cooperação e Competição

Competição e Cooperação podem andar juntas

A nova questão: o que fazer, então? Como encontrar a fórmula que traga o equilíbrio entre o esforço individual e o coletivo e alavanque o resultado global da equipe?

Sem a pretensão de uma resposta pronta, muito mais a título de inspiração, segue a minha sugestão:

1 – Definir metas

Definir metas mensais de produção, produtividade, lucro ou outro indicador para a equipe como um todo.

Definir metas individuais.

2 – Premiar em dinheiro toda a equipe

Um percentual do lucro é dividido de forma equitativa para todos os colaboradores da equipe, fortalecendo o espírito de cooperação, uma vez que os que estiverem em melhores condições ajudarão aos que estiverem em dificuldades. No exemplo da lotérica, todos teriam interesse em ajudar aquele que se encontrasse em dificuldade.

3 – Premiar de forma personalizada os indivíduos

As necessidades e desejos das pessoas são diferentes. Um pode querer uma bicicleta, outro uma viagem e um terceiro um curso de inglês. Assim, dentro de critérios previamente combinados, pode ser acordado com cada componente da equipe o seu prêmio para a superação de sua meta individual. Isso vai fortalecer a competição, não tanto com os demais, que pode ser prejudicial, mas consigo mesmo, o que convenhamos é extremamente saudável.

4 – Definir critério para validação do prêmio individual

Para conseguir o equilíbrio entre cooperação e competição, estabelecer que o prêmio individual somente será concedido se o resultado global for atingido.

5 – Acompanhar regularmente a evolução dos indicadores

É fundamental acompanhar o desempenho dos indicadores com a maior frequência possível, se possível diariamente, dando feedback constante aos colaboradores e promovendo mudanças de curso para indicadores que estão saindo dos trilhos.

Consideração final

Por fim, é preciso tomar cuidado ao se definir premiações. Vamos lembrar que somos um povo muito criativo e uma boa ideia pode naufragar se der margem a interpretações pejorativas. Recordo de uma empresa que definiu premiar seus empregados que tivessem melhor desempenho com uma viagem de navio. Ocorre que a maioria dos empregados eram casados e o prêmio não dava direito a acompanhante. Logo ficou conhecido nos corredores como Prêmio Titanic e não despertou o interesse de ninguém.

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Sobre o autor | Website

João Carlos Rocha é coach de executivos, consultor empresarial, palestrante e escritor. Atua nas maiores e melhores empresas do Brasil, prestando consultoria nas áreas de planejamento estratégico, team building e gestão de pessoas. É coautor do livro Ser Mais com T&D e autor do livro Os 7 Portais de Jaspe.

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