A menina que aprendeu a ler nos epitáfios
Conhecemos Giovanna Cury em 2003, na época contando dois aninhos de idade.
Sem dúvida uma menina encantadora, conversada, conhecia as cores, algumas letras e entendia e aprendia qualquer coisa com muita facilidade.
Minha filha Melina se encantou com ela e desde então passou a fazer parte dos programas de nossa família.
Quando ela tinha cinco anos, embora sem freqüentar escola, já sabia ler com desenvoltura e se orgulhava de contar que aprendera a ler com o seu avô, José Carlos, zelador de um cemitério da cidade de Pindamonhangaba. O incrível da história é que seu aprendizado aconteceu nas lápides, nas quais o avô lia as inscrições para ela, enquanto o acompanhava em suas brincadeiras. Chama a atenção ainda o fato de o avô não ter sequer concluído o ensino fundamental.
Em 2007, Melina conseguiu para a pequena Giovanna uma vaga em uma escola municipal, na qual a menina rapidamente se adaptou.
Neste mesmo ano, aconteceu a inauguração de uma Brinquedoteca (local de trabalho da Melina) e para a solenidade ela convidou a Giovanna para ler um poema. Sua desenvoltura chamou atenção de todos, principalmente do prefeito, que não acreditava que uma criança que acabara de entrar na escola pudesse ler com tanta perfeição. Sua performance roubou a cena, literalmente. Todos queriam conhecer a menina de olhos azuis que interpretava com tanta exatidão os versos daquele poema. O fato acabou rendendo uma matéria em um jornal local (Tribuna do Norte).
Sabendo que ela completaria sete anos, minha esposa, Almelice, que é professora em uma escola particular, fazendo chegar à diretoria do estabelecimento de que se tratava de uma garota extremamente talentosa, conseguiu para Giovanna uma bolsa integral. Almelice foi também sua professora na primeira série. Para que ela pudesse acompanhar o ritmo da escola, nos encarregamos de pagar as despesas com materiais, roupas, viagens e outros custos inerentes à vida escolar.
Na mesma época, Almelice contou para o professor Severino Antonio a história da menina. Ele quis conhecê-la, conversou com ela, com o seu avô e, com grande sensibilidade, captou o lado humano, poético e pedagógico de sua biografia. Meses depois saia o livro A Menina que Aprendeu a Ler nas Lápides, lançado pela Biscalchin Editora, assinado pelo conceituado professor Severino.
O livro virou matéria de capa de uma revista especializada em língua portuguesa. A equipe de uma programa de TV tomou contato com a matéria, e, a partir da informação contida no artigo de que a professora Melina trabalhava na rede municipal de ensino de Pindamonhangaba, obteve com a prefeitura o número de seu telefone. A TV entrou em contato com Melina e, o desfecho desta história, eu conto em breve.
Oi Rocha, tudo bem? estava procurando no Google algo sobre o livro do Severino “A menina que aprendeu…” e interessante coincidência encontrei vc. Aproveitei e dei um passeio pelo blog…gostei muito…e coloquei nos “favoritos” para poder te visitar sempre, se me permite…Um grande abç. Márcia Janete